Monday 1 March 2010

Nesta primeira sessão iniciamos a matéria pelas questões,com respostas entre murmúrios e projecções sobre o que seria a vídeoarte. Em comparações mais ou menos inocentes entre a sequência de imagens do cinema e do vídeo, simplificou-se a divisão entre ambos definindo o cinema como uma narrativa que envolve um processo complexo de manipulação de imagens ou de conteúdo; e o vídeo sem pretensões narrativas com um carácter mais imediato. Particularmente a vídeoarte com características demarcadamente experimentais.

Que distinguirá um vídeo de outro para que lhe possamos chamar de artístico? A discussão sobre o que é o objecto artístico não falha em passar pela referência a Marcel Duchamp e aos objectos ansiosos,que nos suscitam dúvidas sobre o que percepcionamos e que nos propõem uma relação muito próxima com arte, uma relação que não depende só da contemplação mas sim da nossa capacidade de interpretação.

Conscientes da semiótica da imagem, das conotações e denotações, inerentes à representação da realidade podemos avaliar vários graus de iconocidade. Variando do mais alto nível aquela que retrata a realidade com autenticidade, até ao nível menor de iconicidade aquela que é já uma realidade transformada, filtrada, de forma a que não seja tão perceptível com finalidades de construção simbólica, visando um determinado efeito e portanto uma significação particular.

Hoje o documentário biográfico sobre Annie Leibovitz "Life through a lens" de Barbara Leibovitz mostrou-nos um pouco da realidade da artista que cresceu num ambiente muito particular dos Estados Unidos da América do Norte entre uma família numerosa, as viagens constantes na carrinha do pai, a guerra do Vietnam, e a revista Rolling Stone da década de setenta. Annie L. é reconhecida na sociedade artística não só pelo seu talento mas pela integração 'natural' nos ambientes, se numa sessão de fotografia para a Vogue a vemos a 'dirigir' os actores, numa mise-en-scène meticulosamente detalhada, noutras a forma como se funde com as pessoas nos bastidores de um concerto rock, ou mesmo em ambientes familiares garante-lhe uma intimidade impressionante e explícita na imagem.

Outros artistas foram nomeados para pesquisa para que possamos ter um vocabulário comum, e consigamos entender as diferentes perspectivas e consequentemente os diferentes resultados desse carácter experimental que se atribui à videoarte.Entre muitos destacaram-se os artistas plásticos Bill Viola , Nam June Paik, Anish Kapoor e Joseph Beuys, eleitos exemplos fundamentais para a discussão e reflexão que sobre a arte contemporânea. Aqui vão mais alguns links para conhecer o trabalho dos mesmos:

http://www.youtube.com/watch?v=6-V7in9LObI
http://www.youtube.com/watch?v=LaQhdOrF-EI&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=8mrWJv6XdiM
http://www.dailymotion.com/video/x962jq_anish-kapoor_creation

Iremos iniciar a experiência com os demais formatos de captura de imagem e som já na próxima aula, estudando em paralelo artistas considerados relevantes para o processo de desenvolver um trabalho pessoal até ao fim do semestre.

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